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Comissão Europeia “apaga” programa LIFE do seu novo orçamento

Comissão Europeia “apaga” programa LIFE do seu novo orçamento

Bruxelas, 17 de julho (EFE) - A Comissão Europeia decidiu eliminar o programa emblemático LIFE do seu projeto de orçamento. Este programa, dedicado a investir em iniciativas que beneficiam o meio ambiente, a natureza e o clima, e que — entre milhares de outros projetos — contribui atualmente para a recuperação do lince-ibérico na Espanha.

Criado em 1992, o LIFE conta atualmente com uma dotação orçamental de cerca de 5,5 mil milhões de euros ao longo de sete anos (cerca de 800 milhões de euros anuais) no Quadro Financeiro Plurianual (QFP). No entanto, o exercício de simplificação promovido por Bruxelas na reforma orçamental eliminou efetivamente este programa, pelo menos como instrumento independente no âmbito das contas da UE.

Um programa de sucesso

Os projetos bem-sucedidos de recuperação do lince ibérico são o exemplo mais tangível deste programa comunitário na Espanha, onde o programa LIFE apoiou a implementação de mais de 1.000 projetos espanhóis em seus 33 anos de existência.

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Continuidade até 2027

No nível da UE, cerca de 6.000 iniciativas sobre natureza e biodiversidade; economia circular e qualidade de vida; mitigação e adaptação às mudanças climáticas; e transição energética foram desenvolvidas graças a um programa que desaparecerá em 2027, a menos que as negociações em andamento entre os Estados-Membros e o Parlamento Europeu o impeçam.

O executivo da UE sustenta, no entanto, que os seus objetivos continuam refletidos nas novas contas através do novo Fundo de Competitividade e dos planos nacionais e regionais, uma parte dos quais pode ser atribuída a atividades anteriormente apoiadas por este programa, se os Estados-Membros assim o decidirem.

Integração com outros instrumentos financeiros

O principal objetivo desta reforma orçamental era procurar "sinergias" entre os vários programas que atualmente compõem o QFP, de acordo com fontes da UE, que também argumentam que as atividades atualmente financiadas pelo LIFE continuarão a ter um papel "destaque" nos dois instrumentos anteriores.

Bruxelas também argumenta que o novo orçamento da UE alocará 35% de seus recursos, cerca de € 700 bilhões, a projetos relacionados à ação climática e à transição ecológica, e que a instituição também tem recursos para gerenciar diretamente projetos atualmente incluídos no LIFE.

Críticas de organizações ambientais

Mas essa explicação não convence as ONGs. Para a organização ambientalista WWF, porém, trata-se de uma medida "inexplicável" que "não parece garantir que os projetos de restauração e conservação da natureza continuem a receber apoio significativo" do orçamento da UE.

"Ao desmantelar e fundir o financiamento direcionado, individual e bem-sucedido do atual programa LIFE nos dois pilares principais do novo QFP, que abordarão uma longa lista de objetivos sem uma priorização clara, a Comissão corre o risco de não financiar ações vitais para a natureza e o clima", alerta Tycho Vandermaesen, Diretor de Política e Estratégia do Escritório de Política Europeia do WWF.

A UE Research se concentra no Life Urbaso, um projeto para melhorar a água em Urdaibai.

Na mesma linha, Patrick ten Brink, Secretário-Geral do Gabinete Europeu do Ambiente (EEB), critica o facto de a perda do LIFE, como é conhecido no novo QFP, "não ser uma simplificação, é uma sabotagem".

"Ela existe por um motivo. Ela produz resultados efetivos e concretos para a natureza, o clima e a saúde pública. Revogá-la e integrar o que resta em um fundo de competitividade mais amplo, eliminando a biodiversidade e o meio ambiente, destruiria uma das ferramentas mais eficazes da UE justamente quando mais precisamos dela", enfatizou em nome desta rede de organizações ambientais.

Críticas também vieram de dentro do parlamento, especialmente dos Verdes, cujo negociador orçamentário, Dane Rasmus Nordqvist, declarou que a decisão de remover o LIFE das próximas demonstrações financeiras é "irresponsável" porque "a crise da biodiversidade só vai se agravar" se nenhuma ação for tomada.

efeverde

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